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Nó Cego e Bengala de Cego

quarta-feira, 13 de julho de 2011

SEM EQUILÍBRIO



Admitindo ou não, o ciúme sempre nos acompanha
E como um grande eco, a suspeita toma seu lugar
Onde o sorriso escancarado se assanha
Deixando os incômodos brios a nos atormentar.
A razão foge como o fogo da água
E o equilíbrio tão necessário se despede,
E nestas alturas a paixão deságua
Onde a confiança não serve mais como sede.
O peso da insensatez cria volume
E a mão estendida para selar a paz
Perde o seu brilho como um apagar do lume
Pois a desconfiança impede o aperto capaz.
Algumas vezes a vingança ganha ação,
E como a serpente, ela rasteja em segrêdo
Na sua implacável perseguição
Fazendo desse episódio seu rancoroso enrêdo.
Num futuro distante perceberá seu engano,
Aí não haverá mais a volta triunfal
Pois o amor entrará pelo cano
Onde só restará um terrível e negro temporal.
Afetado e profundamente rejeitado
Nada restará por fazer
Do que mirar-se no espelho, já desbotado,
Vendo sua imagem aos poucos, de saudades morrer.

Acyr Gomes

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