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Nó Cego e Bengala de Cego

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

VITÓRIA E REVÉS



A glória humana é tão eventual
Como uma flor em época de esplendor.
A primeira, algumas vezes, chega de modo ocasional,
E a segunda segue a natureza criada pelo Senhor.
Para o humano é difícil desgrudar da fama.
Essa laçada que o destino nos abraça
Torna-se igual a um para-lama
Pois sofremos o impacto ante à desgraça.
É como uma vela acesa no escuro, dando claridade.
Seu lume resplande como o sol vesperal,
Mas, ao derreter-se vai perdendo identidade
E a luz se apaga de modo rápido e brutal.
Somos portadores do sucesso e da derrota,
Sendo que a do revés se prolonga eternamente.
Muitos poucos conseguem vê-la como lorota,
Mas, a maioria vive com aquela dor inclemente.
Do barulho da vitória
Ao silêncio do trágico.
O primeiro nos leva a tão sonhada glólria,
E o segundo não curtimos o momento mágico.
Uma vez li que precisamos cultivar amigos na subida
Porque a fama, em muitos casos, nos faz afastá-los,
Pois na hora da queda, e há quem duvida,
Restará sempre alguns para ampará-los.
Quando cair a máscara da vitória,
E a derrota se apresentar nua e crua,
Sentiremos como é efêmera a glória
E nos sentiremos sozinhos no meio da rua.

Acyr Gomes













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