Joaquim Coelho Filho (Dr. Quito)
— “Reza, meu filho, reza!” — a voz pedia,
entre beijos e beijos. E eu rezava.
Pela janela, meio aberta, entrava,
vestida de luar, a noite fria.
— “Por teus irmãos, teu pai: Ave, Maria!...”
A cabecita loira vacilava
como uma rosa sobre uma haste esguia.
— “Que sono que ele tem!” — dizia a voz
de minha mãe. — “Mas que será de nós
se não orarmos por um mundo assim?”
E eu até hoje vivo me indagando
por que rezava às outras santas, quando
estava minha mãe ao pé de mim...
Enviado por Jane.