Estou na última estação.
Tenho viajado e te procurado em vão.
Esta é a parada das neves, de tanto frio que sinto,
Porque as de calor abrasador ficaram prá trás, não minto.
A minha persistência está finda.
Percorri grandes distâncias para te ver,
Mas estás escondida na casa da dinda,
Onde fui barrado, ficando como última alternativa, ceder.
Já fui poderoso e competente,
Hoje, estou dominado pelo cansaço.
A capacidade ficou muito doente,
E o que era infalível virou cinzas do fogacho.
O extintor de exuberância lançou-me seu gás,
Com isso se apagou a chama da esperança.
Pertenço, agora, ao time que nada faz,
E para completar os fios do cabelo já não fazem mais trança.
Essa árvore, outrora frondosa,
Tem somente galhos finos e podres.
Folhas, flores e frutos ficaram órfãos da mãe poderosa,
Restando, agora, secos e vazios odres.
Acyr Gomes