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Nó Cego e Bengala de Cego

terça-feira, 22 de maio de 2012

APELO



Caindo a noite tudo fica triste.
Ouvindo a Ave-Maria e vendo surgirem os astros,
Lembro-me quando num dia igual, tu partiste,
Deixando-me pender pro lado sem qualquer chance de lastros.
Agora sozinho no crepúsculo,
Sua imagem aparece fascinante e linda.
Sou uma estátua de pedra e não de músculo,
Que sofre com a vida já finda.
Seu colo, poderoso colo, não mai me recebe.
Seus lábios carnudos e vermelhos, não mais me umidecem,
Que secos já não servem e cedem.
O fardo da velhice virou gelo,
Pesa tanto que meus joelhos dobram.
Cadê você, Amélia, para te fazer um apelo...
Volte e venha unir as peças que ainda sobram,
Venha fazer a minha última tarde de rosas,
Deixa mais uma vez admirar sua beleza.
Te dizer versos e prosas,
E de vez adormecer diante da tua realeza

Acyr Gomes

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