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Nó Cego e Bengala de Cego

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

REVIRAVOLTA




Nossas vidas são permeadas de modo regular.
Desde cedo nosso dia a dia é rotineiro,
Levantar, batalhar e à noite voltar ao mesmo lugar
Guardando nossas armas como o zeloso armeiro.
Ano após ano este ciclo se repete.
As regras não mudam muito,
E seu molejo é como uma lâmina de gilete
E quando se difere, normalmente é fortuito.
Vivemos com métodos diários,
Com a distribuição das tarefas em ordenação
E com isto nos tornamos solidários
Procurando não sofrer qualquer contramão.
Somos um batalhão em ordem unida.
Somos as horas no seu repeteco diário,
Com cadência marchamos na estrada da vida
E iguais ao movimento constante do portuário.
Quando algo diferente acontece
Tudo vira um tumulto de grandes proporções,
A brilhante luz da rotina escurece
E somos alvos de fortes emoções.
Não há mais a pontualidade nos deveres.
O método está destinado ao ralo
E tudo vira uma enorme queimadura no calo.
Assim se tornou o NOVO echo.
Assim nos sentimos ante a novidade,
Só esperamos um rápido e vitorioso desfecho
Para voltarmos à normalidade.
Acyr Gomes

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