segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Morcego .
Num tem patuá, nem reza brava
Que possam me ajudar
A marvada daquela língua
Que foi me amardiçoa
Língua ferina e pequena
Com dois lados pra fala
Disse que eu seria feia
Que nem um morcego
Mal sabia a tal da língua
Que morcego voa longe
E com isto pude ver
As belezas deste mundo
E descobrir que a beleza
Não quer dizer nada
Você pode ser tão belo
Mas sem nenhum conteúdo
Vale mais ser um morcego
Do que ser um vagabundo
Apesar de mardição
Não levei muito isso em conta
Porque mesmo sendo tão feia
Consegui um morcegão
Que me deu dois morceguinhos
Que são a minha paixão
O único problema nesta minha estória
É que de dia eu durmo muito
Mas de noite saio à forra
Pego com minhas garras afiadas
As danadas das cobrinhas
Que tem língua comprida
Faço no fim dois trabalhos
Mato as cobras e sacio
Minha sede de vingança