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Nó Cego e Bengala de Cego

segunda-feira, 7 de março de 2011

ENGANAÇÃO



Foi-se a voz do gago, dos berros mil,
Que ofendia a mulherada como um senil.
Foi-se o Diogo que negativamente supreendeu
E com os votos da mesma mulherada se escafedeu.
Num jogo como este não se tem amigo de verdade,
Pois o objetivo maior é ganhar o real,
E quando se mistura dinheiro com amizade
A força do poder faz sobressair o lado desleal.
Cadê a palavra de advertência?
Cadê a luz para iluminar o baiano?
Nesta hora a amizade fez ausência
Pois ela se escoou pelo cano.
O lamento sem a cachoeira que foi desenhada,
Foi porque a amizade tão apregoada
Deixou de ser claramente eficaz
Preferindo se ter um pé sempre atrás.
Existe uma tentativa de enganar a platéia
Com gestos de isolamento e o abraçar do travesseiro,
Podendo até tapear uma enorme alcatéia,
Mas será impossível às pessoas do mundo inteiro.
Lágrimas de crocodilo vimos nos olhos empapuçados.
A toca veio ajudar na total encenação,
Mas a verdade virá com os votos computados,
Aí cairá de vez toda àquela armação.

Acyr Gomes

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