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Nó Cego e Bengala de Cego

sexta-feira, 18 de março de 2011

ESPELHO MEU..


Ele pratica o narcisismo prá valer.
Igual a ele tá para aparecer.
Quando caminha parece um pavão,
Com o nariz empinado que nem um pilão.
Piso, teto e paredes de sua alcova,
Espelhos não devem faltar para se mirar.
Seu cabelo não se pode passar escova
Com receio de que possa arruinar.
De tanto perguntar: Espelho, espelho meu...
A única resposta foi gravada...Não, Não,
Pois só assim o aço adormeceu
Deixando de ouvir sempre a mesma indagação.
Não se mistura com os humildes de coração.
Seus súditos precisam vir ao seu cômodo majestoso
Dobrarem os joelhos como se ele fosse um sultão,
Onde de tudo faz para se tornar gostoso.
Tudo isso é passageiro, como num vagão de trem.
Cada um com seu destino traçado,
Onde muitos preferem não ser vitrine de ninguém,
Mas alguns, como ele, se achando um fachundaço.

Acyr Gomes

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