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Nó Cego e Bengala de Cego

segunda-feira, 10 de junho de 2013

V I D A





Meu cavalo de batalha, hoje é um pangaré,
O que parecia ser um Pégaso, já não tem mais asa,
Então o que resta é andar a pé
Tentando levar esta enorme e gordurosa massa.
A estrada outrora nivelada e lisa,
Hoje, se tornou cheia de dormentes irregulares,
E àquele toque mágico da brisa,
Hoje de tão frio faz bater meus maxilares.
O elevador da vida que somente subia,
Hoje abusa com a eterna descida.
O ascensorista já se aposentou, quem diria,
Ficando a queda bem fortalecida.
A necessidade de ânimo foge.
O corpo reclama dessa carência inexorável,
Tô igual a um saco de bofe
Que no passado era considerado admirável.
O esqueleto está enferrujado.
A privação dos movimentos veio e se instalou.
"Eu tenho a força" é coisa do passado,
E olhando para o espelho vejo que tudo acabou.
Já ouvi: Viva a terceira idade intensamente!!!
Chego a gargalhar de tanta enganação.
Vendo isto me sinto cada vez mais doente
Pois esta lenga lenga é pura embromação.
A substância de viver sumiu na poeira.
O essencial tomou o trem super veloz,
Ficando somente a gasta esteira
Na qual me deitarei sem a companhia do nós.

Acyr Gomes

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