Ao declinar o dia a mudança se instaura,
O que era claro e límpido, dá lugar ao escuro.
Bem longe badalam os sinos da igreja elevando nossa aura
E nossa visão que alcançava tão longe, fica em apuro.
O dia que nos oferecia a alegria de viver,
Foi trocado pela noite que nos engole pela goela.
Chegou a hora de esquecer a labuta, e ao cansaço ceder,
Onde nossas bocas se fecham para o trela trela.
Quase tudo entra no clima do marasmo,
E a língua, principalmente, tem seu descanso.
Um dia de alegria e com algum sarcasmo,
Dá lugar ao sossego escuro como um silencioso remanso.
As chaminés depois de soltar tanto fumo
Acompanhado de centelhas luminosas que aparecem,
Repousam, agora, nos telhados sem prumo,
Parecendo dizer aos
ciscos luminosos: Deixem de pipocar e sosseguem.
A energia do dia que nos impulsionava,
Já cumpriu seu destino eficaz.
Agora, a inércia pressiona
Para um descanso merecedor de paz.
Acyr Gomes