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Nó Cego e Bengala de Cego

sábado, 16 de abril de 2011

FAZENDO ARTE


Minha profissão atual é de aposentado,
E foi conquistada com muitos anos de serviço,
Não foi de Ator ou Procurador do Estado,
Mas de Administrador/Contador com muito viço.
Contador não de anedotas, se bem que gosto de rir,
Mas de mexer com números para se conferir
Ativos, passivos a somar ou diminuir
Os débitos e créditos neste ramo de investir.
Ao fim de cada dia o cansaço é predominante
A mente dá volta com os zeros e oitos,
Mas procurando sempre seguir adiante
Pois o lucro tão procurado às vezes só dá para os biscoitos.
O Arquiteto/Urbanista, como a Jane/RS, ajuda no progresso.
O profissional/empreiteiro toca a obra,
Mas os números estão presentes, como um ingresso
Dando o poder de entrar nesta manobra.
Haja madeira, haja pedras, haja cimento,
Participando do crescente e fenomenal progresso.
As cargas não são mais conduzidas pelo jumento,
E sim por possantes máquinas que fazem sucesso.
O fabro também dá seu recado
Onde sua arte aparece camuflada
Por outras, nesse encantado
Mundo de prosperidade tão badalada.
Imóveis, móveis e aparelhos eletro/eletrônico
Vão criando vidas.
Alguns sentem até um amor platônico
Que com grande tensão nem pensam em saídas.
Assim caminha a humanidade,
Muitos dando tudo de si como um baluarte,
Outros apenas gozando a vida com humildade,
Mas todos com o mesmo objetivo de fazer, literalmente, arte.

Acyr Gomes

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