preciso me policiar
ou que me policiem
não quero por nada
por esse barranco descer
não posso deixar
minha alma endurecer
quero fugir da amargura
sempre optei pela alegria
até qdo minha filha morreu
passei pelo tempo do luto
que roda perda acarreta
mas consegui voltar a rir
a brincar e fazer graça
abandonei a violência
da ariranha do brejo
e adotei a ingenuidade
de uma bengala de cego
que por ser de madeira
mesmo que ela seja nobre
pouco enxerga mas tudo sente
e como bengala senti e escolhi
a alegria e a brincadeira
a zoação e a tolerância
disse não as lágrimas
e elegi como minha rainha
uma boa e gostosa gargalhada.
