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Nó Cego e Bengala de Cego

sexta-feira, 13 de maio de 2011

DIA CHUVOSO



Manhã chuvosa é manhã de tristeza.
Quem trabalha fora dá vontade de ficar no lar,
É dia em que o corpo abraça a moleza
E se recusa a cooperar.
O caminhar diário é postergado
E o leito fica a nos chamar
Para a volta ao acolchoado
Que em desalinho nos observa com seu olhar.
Dando força para o retorno ao colchão,
Vejo ela, linda e macia
Com suas nádegas despontando com imensidão
Me lembrando aquela maravilhosa mulher da bacia.
Leito delicioso e pecaminoso
Que convida na volta ao vime
Fazendo-me sentir um criminoso
Quando volta ao local do crime.
O trabalho dignifica o ser humano,
Foi o que me ensinaram desde a mocidade,
E para não ser tirano
Trabalhei na roça e na cidade.
Quem será que inventou o trabalho,
Foi a preguiça que despertou?
Não deve ser o mesmo que criou o baralho,
Porque se foi, agora tá vendo o que aprontou!!!
Que luta desigual encaramos,
Ao ter que sair do nosso maravilhoso aconchego,
E lá fora enfrentar Gregos e Troianos
A nos sugar o sangue, que nem morcego.

Acyr Gomes

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