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Nó Cego e Bengala de Cego

terça-feira, 4 de outubro de 2011

V I A G E M



Saindo da selva de pedras erguidas
Fomos dar de cara com a outra de matos e árvores.
Pudéssemos sempre usufruir dessas naturais guaridas
Fugindo dos tormentantes cárceres.
Ao longe vemos as serras nos tons azuis gélidos,
Onde o seco nevoeiro faz sua morada bem cedo.
A vontade de chegar nos faz andar bem lépidos
Mesmo sabendo do perigo de encontrar algum mancebo.
Casebres cujas caiações já desapareceram com perdas,
Nos oferecem uma visão instantânea do desleixo,
Com alguns moeirões sustentadores de cercas
Arriados, deixando espaços onde animais metem o queixo.
Vez por outra encontramos os pequeninos garnizés
Que juntos com os da raça rhodes deixam visões em vermelhos.
Cruzando com outros motorizados
Nuvens de pó invadem o espaço do carro,
Depositando no revestimento de aço finos bronzeados,
Que servirão como quadro para palavras de sarro.
Na selva de pedra, reluzentes carros trafegam
Com suas máquinas de vários cavalos.
Na outra floresta as carroças se negam
De serem camandadas por vassalos.
De repente, abre-se uma clareira
Onde bem no meio um abrigo lindo
E quando finalmente pisamos na soleira
Pulamos de alegria com o deslocamento findo.

Acyr Gomes




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