sábado, 10 de setembro de 2011
FUTURO GARANTIDO
A inatividade natural da vida
Nos leva à solidão tão temida.
A calmaria chega como as marolas
Banhando sem parar nossas cacholas.
A quietude é de assustar o cristão,
E o enferrujamento, também natural, faz a lição.
A gandaia deixou, há muito tempo, de ser a válvula de escape
E o ócio chega junto num veloz galope.
O letargo parece um denso nevoeiro
Penetrando na floresta da alegria,
É como cair num imenso bueiro
Que aumenta dia após dia.
Tornamo-nos vadios/sadios nesta estrada,
Que não queremos caminhar, nem em pensamento,
Mas que temos de enfrentar nesta empreitada
Que o destino nos dá e que é um tormento.
A galhofaria já perdeu seu encanto,
A apatia é a companheira constante
Onde a prostação se forma em cada canto,
E a moleza solta sua voz em som vibrante.
O sono, o bocejo, a molúria tem morada cativa.
Não há como evitar tanto avanço,
Onde a vibração já perdeu sua voz ativa,
E vencidos só nos resta a cadeira de balanço.
Acyr Gomes