Da janela rasgada do ontem vi passar um sonho pequeno, quase um menino… menino que na lua pescava fisgando luzes alheias e brilhava… Brilhava no escuro este pirilampo assanhado, envolto em brisa levada, verdadeiro sonho sonhado. Tinha claves de sol na cabeça… ou era um sol-menino travesso? Pura luz, só arder pra derreter e findar. E o sonho foi indo em si-mesmo… ou mi? A embriaguez da neblina levando a imagem da retina, ao fim… ou fá? Ao nada mais, será? Ao sempre em bruma, que-dó!!! Prefiro o menino da rua, moleque vadio e real, que zune pela platéia com cor de jasmim no colo e cheiro de nuvem nas mãos… que encanta o jardim dos sonhos com velas de barco a deriva… que treme no aplauso do povo deixando dor na partida… embora este corpo ausente traga o perfume presente, feito de plumas douradas no breu do findo-dia-meu… ou lá…?
Por: Jane Abel
Por: Jane Abel