que a chuva era abundante
e os açudes de tanto em tantoa todo o povo atendia
e com a água em abundânciaplantando tudo crescia
era um colorido lindotinha cor pra todo gosto
e comida pra todo o povoera só erguer o braço
e do pé recolherpra "mordes" aki comer
não tinha mais menino magroaté já nasciam parrudinhos
e a tal da mortalidadenem mais dela se ouvia
os nascidos aki ficavamninguém mais se despedia
as cartas se tornaram rarase no correio até se dormia
e claro que com a farturaveio a tal da bonança
sobrava penicilinavacinas e outras drogas
que a vida prolongavae bem estar trazia
êita sonho mais que bomme sentia no paraíso
dos políticos nem te faloeram só os dedicados
e da população cuidavamqueriam ver todos sorrindo
importaram um tal dotôque era um milagreiro
dos dentes das crianças cuidavae sei lá o que usava
que nunca mais caiame dos adultos então
cada um com o seu sorrisoguardavam a noite no copo
mas ostentavam de diaenfim era uma beleza
foi então que desperteicom um galo que não existia
tomei o café que não tinhacomi o pão que imaginei
peguei uma trouxa maltrapilhafui ao encontro da esperança
em cima de um caminhãoeu e nem sei qtos mais
gente feia e sofridaempuleirada como dava
viajamos com esperançaessa que nos faz viver
de que em outras terrastêm akilo pra nós viver