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Nó Cego e Bengala de Cego

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ARREPENDIMENTO




Caminho por uma estrada muito larga.
Larga e bem selenciosa,
onde às vezes ouço ao longe ocantar da araponga
de forma despretenciosa.
As sobras das árvores num movimento rápido
passam por mim a direito e torto
e eu muito pálido
continuo a andar procurando aquele rosto.
Como sofro neste caminhar,
porque não tenho aquela força que queria ter
prá poder voltar a sonhar
com aquele ser que é a minha razão de viver.
Muitas noitadas realizei
e com "amigos" tentei tapar com a peneira
os estragos que idealizei,
e agora só levo rasteira.
Sou covarde, sou mentiroso e digno, talvez, de pena,
pois não soube dar o devido valor
àquela que nunca me traíu, e não mais me acena
para uma reconciliação, pois ela tem pudor.
Sou alvo de chacota
nos meios de comunicação.
Reconheço que mereço ser chamado,como na gíria alagoana, de boiola
por toda esta Naçao.
Tento humilhar esta mulher admirável
que tanto me ajudou a jogar e ganhar o bbb,
onde a vitória dela era insofismável,
mas fui o campeão, sem saber, porque.
Sou conduzido por este mal destruidor.
Mal que pela circunstâncias não consigo sair
deste rolo avassalador
que só me faz, cada vez mais, cair.

Acyr Gomes

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