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Nó Cego e Bengala de Cego

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

MARIA FUMAÇA




Viajar de trem Maria Fumaça
é voltar à época dourada
época de jardim com praça,
lugar de reunião e também de tourada.
O trem de madeira nos faz
conhecer um pouco como vivia o povaréu
de tempos idos cujos relatos
são obtidos pelos escritos em papel
e guardados com muito carinho em vários relatos.
Jovens de várias localidades onde o trem passava
entravam e tomavam lugares nas diversas poltronas.
A Maria Fumaça fazia paradas e nas suas janelas se debruçavam
os alunos a chamar os colegas com nomes próprios diversos.
Entre eles, José, Pedrita, Maria e Estevam,
fazendo o fiscal ficar preocupado em recolher os ingressos.
Os uniformes bem engomadinhos e plissados
era muito lindo ve-los prevalecer.
Sapatinhos limpinhos e bem engraxados
fazia aquele conjunto difícil de esquecer.
Terminada a viagem de ida, se dispersavam
numa alegria incontida e singular
indo cada um pro seu lado, desejavam
um dia feliz, com promessa de todos voltarem a se encontrar
no comboio de retôrno à localidade em que moravam.
Transportando-nos para o momento atual,
vejo as ceguetas, de um modo geral, como aquelas estudantes,
ao se encontrarem neste comboio virtual,
para com alegrias sempre atuantes
nos enviarem pelas telinhas assuntos de modo sensacional.
Nossa condução, hoje, não é de madeira.
Nossa condução, hoje, é a cadeira
e a direção que tomamos é aeroespacial
sendo o teclado a nossa maneira
de conversarmos, de um jeito muito legal.

Acyr Gomes

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