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Nó Cego e Bengala de Cego

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A propósito de Fran e Tom


A verdade que sai do coração é como água cristalina que sai da fonte
Se armazenada em um jarro de bom barro, a água mantém seu frescor e pureza.
No escuro , guardada, em silencio e isolamento,
a qualidade do jarro de barro determina os rumos da água.
Se forte, se feito com primor, se puro e bem curtido,
o jarro de barro contem a água cristalina, fazendo com que dure,
se mantenha íntegra, e mate a sede dos que a apreciam.
Se fraco, misto a impurezas, construído atabalhoadamente,
o jarro não adquire sólida construção, suas paredes cedem,
e seu teor cristalino se esvai, espalhando-se desordenadamente,
misturando-se ao solo, transformando bom e ruim em um só lodo.
Eu verdadeiramente acredito que todos somos feitos de coisas boas e ruins,
tudo depende de como escolhemos viver, a quem escolhemos ouvir,
e de que barro será feito o jarro que conterá a nossa verdade.
Podemos mudar nosso rumo durante a vida, assim como quem encontra
melhor barro, para fazer o jarro, que guardará sua verdade.
Podemos aceitar novas perspectivas, chacoalhar o conteúdo estagnado
substituir o jarro quebrado, beber água mais pura,
dividi-la com antigos e novos companheiros.
Podemos, nem sempre o fazemos, pois isso requer coragem...
coragem tamanha para o jarro desfazer, o barro antigo remexer,
filtrar, aprimorar, fazê-lo novo, para nossa água da verdade,
novamente conservar.
Assim são feitas as escolhas da vida, melhorar, ouvir¸ admitir fraquezas,
estender as mãos, abrir os olhos, ouvir, calar, esperar a consolidação de novas idéias com calma:
Jarro no forno, ficando pronto aos poucos, solidificando, curando e,
por fim, recebendo a água cristalina e fresca, renovada com a sorte
de conhecer um novo jeito de viver, um novo riso, uma nova dança,
um jeito diferente de ser gente.
Talvez seja em homenagem a tamanha coragem de viver na verdade,
que largo tudo, neste domingo ocupado
e me encanto vendo imagens dos que antes eram chamados loucos, destemperados,
ciumentos, desvairados.
De uma, me vem certeza, de outro, a mais forte impressão!
Eles que hoje riem largo,
que dançam de um jeito maluco, que olham nos olhos...
Vale a pena parar um pouquinho, e observar genuínas afinidades.
Sua verdade apareceu intacta, pois estava bem guardada,
Num jarro solido e bem vedado, de barro bom, feito para guardar bens preciosos:
Verdade, amizade, solidariedade, companheirismo
E um defeito ou outro (quem não tem) em fase de remodelagem.
Prazer de ver a verdade aparecer, corajosos os que, sem alarde,
vão ao fundo do jarro de barro, sempre o reconstroem, o reinventam
pois sabem o bem que sua água contém e não se importam em dividi-la,
mas não deixam as mãos da maldade poluí-la.
Hoje eu respiro fundo e, mediante imagens felizes, simplesmente sorrio.
Enquanto isso, longe e perto, quantos não estão admirados
de como suas próprias maldades e bondades se fundiram,
formando uma lama irreparável:
`Por que não ouvi, não refiz meu caminho, não me dei ao trabalho?
(Muita discussão, cada um com sua conclusão)
Bem que falaram, bem que falaram...``

Por : Dora

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