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Nó Cego e Bengala de Cego

domingo, 30 de agosto de 2009

Respeitando a natureza das coisas

“Você pode expulsar a natureza com uma fúria negra, mas ela estará constantemente retornando”. Horácio (“Epístolas”)

Um dos pontos mais fundamentais da Ciência de Viver é jamais ir contra a natureza das coisas.
Querer ensinar um leão a ser vegetariano, uma ave a não voar é um absurdo evidente, uma metáfora para ilustrar o que queremos expressar. Mas, na nossa vida diária, quando confrontamos fatos, coisas ou pessoas, não nos damos conta de que, muitas vezes, tentamos contrariar sua natureza. Assim, tentamos forçar um preguiçoso irremediável a se tornar uma pessoa ativa; sonhamos em fazer alguém totalmente desinteressado por estudos a se tornar um intelectual; imaginamos que um dia todos os homens vão enriquecer e que não haverá mais aproveitadores e exploradores, e assim por diante. É claro que isso não significa que não vamos agir para melhorar o estado das coisas, mas não podemos deixar de perceber qual a é verdadeira natureza, a verdadeira inclinação, o temperamento ou as características de alguém, de alguma coisa ou situação.
Precisamos compreender que podemos tentar melhorar a natureza das de alguma coisa ou pessoa, mas não podemos forçá-la a ser o que ela não é.
Nesse sentido, a sabedoria popular costuma expressar o equívoco que muitas vezes cometemos na seguinte frase: “ Estamos dando murro em ponta de faca”.


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