quarta-feira, 29 de setembro de 2010
perdigotos
não sei se é o nome correto
mas é assim que os chamo
essas partículas de cuspe
que são expelidas no momento
em que se assopra sobre um bolo
para apagar as tradicionais velinhas
sei e já sobre isso li muitas vezes
a luz das velas, os abraços e o cantar
que podem parecer só tradição
numa comemoração de aniversário
tem suas razoes de existirem
mas que não nelas sobre elas me alongar
e sim um fato narrar
em toda festa que vou
em que se apagam as velinhas
dos tais perdigotos não esqueço
e ainda mais qdo é de crianças pequenas
ou que na comemoração ali estão
forma-se uma fila então
e de uma em uma
as velinhas são apagadas
a um tal de acende e apaga
e de perdigotos ali lançados
sempre ri disso e comentei
mas não pense que por isso bolo recusei
sou da teoria que todo ser humano
não pode abrir mão de criar anti corpos
se proteger coma vitamina S
que nas devidas proporções
não causam e nem prejudica o cidadão
mas se eu fosse das atacadas
akele tipo de cidadão
com mania de higiene
e de constantemente lavar a mão
que restringe a sua vida
cuidando pra não se submeter
à alguma contaminação
tinha tido um "piripaque"
em pleno teatro da Broadway
assistindo a um belo show
cantado e deslumbrante
num lugar dos mais invejáveis
comprado e conquistado
por um dia amanhecer
e frio e neve enfrentar
mas saindo da bilheteira
sorrindo a mais não poder
cadeiras bem no gargalo
na primeira fila e centro
pode isso acontecer?
era o sonho dourado
de um turista classe média
era o melhor a acontecer
estava eu embevecida
acredito tão envolvida
que até de boca aberta fiquei
eis que sinto uma invasão
algo entrou em minha boca
não era sólido ou compacto
mas liquido sim com certeza
e qdo surpresa abaixo os olhos
vejo minha bolsa respingada
como se sob o orvalho estivesse
e pra minha tal surpresa
tinha sido vitimada
de uma chuva de perdigotos
tão bom que eram estrangeiros
ou será que me enganei
eram sim os nacionais
porque estrangeira ali era eu.